Incluir e descolonizar narrativas: pelo percurso formativo e educacional de mulheres capoeiristas no Estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.14244/rechu.v2i1.21Palavras-chave:
mulheres, capoeira, educação, narrativas, colonialidade de gêneroResumo
Este artigo é recorte de uma tese de doutorado em educação. Registrou-se as memórias de mulheres mestras de capoeira no Estado de São Paulo como modo de contribuir com a visibilidade de seus percursos formativos e educacionais. A partir das memórias, problematiza- se a produção de ausência das narrativas de mulheres na historicidade da capoeira, esta reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil e da Humanidade (Iphan, 2008; Unesco, 2014). Valendo- se da pesquisaformação narrativa (auto)biográfica e de perspectivas feministas, educacionais, inclusivas, decoloniais e descolonizadoras, afirma- se que tais narrativas aglutinam memórias compostas por diversas e relevantes experiências das mestras em seus processos formativos possibilitados pela capoeira. Como um dos desfechos de nosso trabalho, nomeamos como princípio formativo vivenciado pela pesquisadora a “Educação com as mãos no chão”. Conclui- se que o protagonismo feminino tem potencial para questionar, enfrentar e descolonizar o sistema colonial de gênero presente nesta manifestação cultural inserida na sociedade brasileira.
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