Diálogos Insurgentes: convergência de saberes e luta quilombola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244/rechu.v2i1.26

Palavras-chave:

quilombos, memória, compartilhamento, saberes comuns, saberes acadêmicos

Resumo

A proposta neste texto é a de construir um momento de reflexão e troca que desafie as possibilidades de diálogo entre minha experiência de campo com a comunidade quilombola de Campinho da Independência, no sul do Rio de Janeiro e a experiência de dois outros pensadores do mundo rural e negro: Antônio Bispo dos Santos – o Nêgo Bispo e Carlos Rodrigues Brandão. Deles e de minha vivência em campo busco recuperar o valor da experiência, da observação e do compartilhamento em nossas memórias, práticas e registros junto aos povos negros dos quilombos e junto aos sertanejos negros ou não do centro-oeste brasileiro. Comunidades essas que lutam por suas realidades orgânicas que se confrontam com a sociedade inclusiva, portadora de outros interesses e que coloca em jogo as possibilidades das formas de viver, sentir e ser enquanto comunidades com historicidades próprias, diversas. Em debate, também, as possibilidades de diálogo e ação entre saberes comuns e acadêmicos em busca de uma nova epistemologia do conhecimento e, em busca de uma realidade mais justa e equânime.

Biografia do Autor

Neusa Maria Mendes de Gusmão , Universidade Estadual de Campinas

Doutora em Ciências Sociais (Antropologia Social). Livre-Docente na Área de Antropologia e Educação (2003, Faculdade de Educação/Unicamp) e Titular na área de Antropologia e Educação (em 2009). Antropóloga e professora titular (aposentada) do Departamento de Ciências Sociais na Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação (FE/Unicamp) e da Pós-Graduação Doutorado em Ciências Sociais (Antropologia) do IFCH/Unicamp (2005-2011). 

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Publicado

10-09-2024

Como Citar

Gusmão , N. M. M. de . (2024). Diálogos Insurgentes: convergência de saberes e luta quilombola. Revista Estudos Da Condição Humana, 2(1). https://doi.org/10.14244/rechu.v2i1.26